BOTOX E EXPRESSÃO FACIAL: VILÃO DA NATURALIDADE OU ALIADO DO REJUVENESCIMENTO SUTIL?
- Gisele Barros

- 12 de ago.
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Por anos, a toxina botulínica foi vista como a responsável por rostos congelados e expressões plastificadas, especialmente no universo das celebridades. No entanto, quando usada com técnica e indicação adequadas, pode não apenas preservar, mas até devolver a naturalidade das expressões faciais.

“Ela está toda botocada”. Quem nunca ouviu a expressão que carrega uma forte característica de reprovação para um procedimento estético? A toxina botulínica foi vista por anos como a responsável por rostos congelados e expressões plastificadas, especialmente no universo das celebridades. “No entanto, essa imagem está desatualizada e a toxina, quando usada com técnica e indicação adequadas, pode não apenas preservar, mas até devolver a naturalidade das expressões faciais. A chave está na forma como o procedimento é conduzido e na evolução das técnicas médicas ao longo das últimas duas décadas”, explica a dermatologista Dra. Flávia Brasileiro, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
De acordo com a médica, o uso da toxina botulínica tipo A (Botox®, Dysport®, Xeomin®, entre outras marcas) em pontos estratégicos e com doses personalizadas pode suavizar marcas de expressão sem comprometer a dinâmica facial. “Além disso, há um efeito de prevenção do envelhecimento muito interessante, pois reduzimos a demarcação que essa musculatura causa”, diz. “Isso é especialmente relevante em áreas como a testa e os olhos, onde a paralisia excessiva pode afetar a comunicação não verbal. Hoje falamos em modulação muscular, não em paralisia. O objetivo é equilibrar os músculos hiperativos sem apagar a identidade do paciente”, explica a dermatologista.
Para algumas situações, são indicadas técnicas como o “Micro Botox” ou “Baby Botox”, que utilizam doses menores e mais superficiais da toxina, o que permite suavizar rugas finas mantendo a mobilidade natural do rosto. “Com a abordagem correta, os pacientes relatam aparência rejuvenescida e natural, com alta taxa de satisfação. Isso reforça a ideia de que o problema nunca foi a toxina botulínica em si, mas o uso indiscriminado, muitas vezes guiado por modismos estéticos do passado”, diz a Dra. Flávia Brasileiro. A sobrancelha arqueada demasiadamente, por exemplo, é um sinal de um rosto congelado, que parece não expressar emoções.
Existem alternativas também para quem quer se manter longe das agulhas. Por exemplo, é possível ter um efeito botox-like com o ultrassom microfocado Atria. “Com menor nível de dor e máxima eficácia, o ultrassom Atria tem ação em camadas mais profundas, atuando até mesmo no SMAS (Sistema Músculo Aponeurótico Superficial), que é a camada muscular mais profunda responsável por sustentar a face. Os pontos de coagulação causam uma contração no músculo, com efeito lifting. Podemos utilizar também profundidades mais superficiais para a produção do colágeno. Além disso, a tecnologia Atria Pen, uma caneta ultrassônica, promove zonas de coagulação verticais, que se somam à atuação do aplicador em scanner para promover um duplo efeito térmico de estimulação”, diz o dermatologista Dr. Abdo Salomão Jr, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, que explica que parte dos efeitos são visíveis imediatamente, mas os resultados são potencializados em até três meses.
Outro ponto fundamental está na individualização do tratamento com a toxina botulínica. “A anatomia facial, a força muscular e até a profissão do paciente (por exemplo, atores, professores, jornalistas) devem ser levados em conta para evitar excessos. Profissionais treinados na aplicação da toxina sabem que bloquear completamente os músculos da mímica pode comprometer a expressividade emocional e gerar um desconforto social”, diz a médica.
O mais correto, segundo a dermatologista, é buscar ajuda médica. “A toxina botulínica não precisa ser sinônimo de rigidez ou artificialidade. Quando utilizada com critério, ela pode suavizar a aparência cansada, amenizar as rugas dinâmicas e preservar (ou até ressaltar) a linguagem não verbal que compõe nossa identidade. O novo paradigma da estética facial é justamente esse: rejuvenescimento com movimento, beleza com autenticidade. E, nesse cenário, a toxina botulínica não é vilã e, sim, aliada da naturalidade”, finaliza a Dra. Flávia Brasileiro.
FONTES:
*DRA. FLÁVIA BRASILEIRO: Dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, com mais de 20 anos de atuação em Dermatologia e Cosmiatria. Formada em Medicina na Universidade do Oeste Paulista, de Presidente Prudente (SP), fez Residência em Clínica Médica na Irmandade Santa Casa de São Paulo e em Dermatologia na Universidade do Oeste Paulista. Foi docente da Faculdade de Medicina da Universidade do Oeste Paulista, de 2007 a 2014. A médica participa periodicamente de Congressos, Workshops e Simpósios nacionais e internacionais. Instagram: @flaviabrasileirodermato / @renascencedermatologiapp
*DR. ABDO SALOMÃO JR: Doutor em Dermatologia pela USP (Universidade de São Paulo). É sócio Efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Membro da American Academy of Dermatology (AAD), Sociedade Brasileira de laser em Medicina e Cirurgia e do Colégio Ibero Latino Americano de Dermatologia. Dr. Abdo Salomão Jr. ministra aulas nos principais congressos nacionais da especialidade. Além disso, já deu aulas na Austrália, Itália e Coréia do Sul. É uma referência em conhecimento de lasers e tecnologias para fins dermatológicos e estéticos. Diretor da Clínica Dermatológica Abdo Salomão Junior. Instagram: @drabdosalomao
Por,
Gisele Barros
Editora Chefe do Portal ALL SENSEZ
Especialista no Mercado de Fragrâncias
Consultora de Comunicação Especializada em Perfumaria












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