PIERRE AULAS REVELA OS BASTIDORES CRIATIVOS DE L’OR DE MÉDITERRANÉE, COLEÇÃO DE O.U.I PARIS INSPIRADA NA RIVIERA FRANCESA
- Gisele Barros
- 30 de jun.
- 3 min de leitura
Em entrevista exclusiva, o diretor olfativo da marca revela o processo criativo por trás da coleção que traduz a leveza, o frescor e a elegância solar do sul da França.

Reconhecida por composições que traduzem a elegância parisiense com precisão e sofisticação, O.U.i Paris, marca de alta perfumaria desenvolvida na França, explora agora uma nova faceta olfativa ao apresentar L’Or de Méditerranée, coleção inspirada na atmosfera solar da Riviera Francesa. Sob a direção olfativa de Pierre Aulas, a marca desloca seu eixo criativo de Paris para o sul do país, buscando traduzir em fragrância o frescor, a leveza e o hedonismo típicos da Côte d’Azur. Em entrevista, o diretor olfativo detalha o racional por trás da construção das fórmulas, o papel simbólico da efervescência na narrativa sensorial e a sinergia estabelecida com as perfumistas Marie Salamagne e Amandine Clerc Marie para garantir coesão dentro da mesma coleção.
Como foi o processo criativo ao sair de Paris para desenvolver algo inspirado no Mediterrâneo?
Embora a França seja um país pequeno em comparação ao Brasil, ela é igualmente diversa em suas paisagens e atmosferas culturais. Paris, é claro, a joia da coroa. No entanto, quando sugeri explorarmos outros territórios olfativos que também fizessem parte da alma francesa, a escolha da Riviera foi imediata. O sul da França, com seu charme solar e estilo de vida descontraído, é um convite natural à celebração da beleza, dos prazeres simples e do tempo livre. A Riviera Francesa é um destino de verão, de festas à beira-mar, de memórias inesquecíveis. Parecia o cenário perfeito para traduzir o espírito de leveza, alegria e elegância solar que queríamos imprimir na nova criação.
Como o conceito de “efervescência”, inspirado na refrescância de um espumante, se encaixa na pirâmide olfativa e como foi equilibrado com as outras notas?
Na verdade, mais do que a ideia literal de efervescência, o que nos guiou foi o conceito de brindar à vida. Pensamos naquele momento em que amigos se reúnem na praia, ao pôr do sol, para celebrar - algo muito comum nas férias francesas. Essa cena inspirou uma atmosfera de frescor, descontração e alegria. Claro, o espumante veio como símbolo maior dessa celebração.
Como você define a estrutura olfativa da linha L’Or de Méditerranée? Trata-se de uma composição mais linear, em camadas, ou com evolução clássica entre saída, corpo e fundo?
A estrutura de ambas as fragrâncias é clássica, não especialmente linear. Como toda boa fragrância, há uma evolução entre as notas de saída e as de fundo, mas o que podemos dizer é que quisemos introduzir o sol nas duas fragrâncias ao longo de toda a estrutura. Todos os ingredientes foram escolhidos para trazer essa sensação solar, até mesmo os de base. Por exemplo, na versão feminina, após os cítricos, que são naturalmente ensolarados, escolhemos uma variedade específica de flor de laranjeira mais leve. O mesmo vale para o patchouli: usamos uma destilação específica que deixa o patchouli menos escuro e terroso. Na versão masculina, as frutas escolhidas para o topo são bem aquosas, para despertar aquela sensação refrescante e representar o verão. O gengibre contribui para deixar o topo mais vibrante e efervescente, como num coquetel. E, novamente, o patchouli passou por uma destilação que o torna mais leve.
As criações de Marie Salamagne e Amandine Clerc Marie revelam nuances distintas entre o feminino e o masculino. Como foi trabalhar com essas perfumistas para garantir harmonia dentro da mesma coleção?
Essa harmonia é justamente o meu papel como diretor olfativo artístico: ser a ponte entre o conceito criativo e a execução perfumística. Eu colaboro com os perfumistas para garantir que cada fragrância esteja alinhada com o DNA da marca e com a narrativa que queremos contar. Tanto a Marie quanto a Amandine são profissionais excepcionais, com quem já tive o prazer de trabalhar em projetos internacionais. Com elas, a troca é fluida e inspiradora. Para L’Or de Méditerranée, trabalhamos com uma direção artística muito clara: criar fragrâncias distintas, com personalidades próprias, mas que compartilhassem um mesmo fio condutor - o espírito do verão na Riviera Francesa, com sofisticação e leveza. Foi um processo natural e muito prazeroso.
Como você enxerga a evolução da perfumaria francesa atualmente e qual é o papel de O.U.i nesse novo cenário?
Podemos ver uma evolução na perfumaria impulsionada pelas marcas de nicho, que estão levando o mercado a buscar fragrâncias mais premium e com mais qualidade. Acredito que O.U.i Paris está exatamente nesse movimento, e mais do que isso: está na linha de frente dessa onda!

Por,
Gisele Barros
Editora Chefe do Portal ALL SENSEZ
Especialista no Mercado de Fragrâncias
Consultora de Comunicação Especializada em Perfumaria

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