O PODER INVISÍVEL DAS FRAGRÂNCIAS: COMO UM CHEIRO PODE TRANSFORMAR NOSSAS EMOÇÕES E RESGATAR MEMÓRIAS AFETIVAS
- Gisele Barros

- 15 de out.
- 3 min de leitura
Atualizado: 17 de out.
Estudos mostram a força da memória olfativa no bem-estar das famílias, e revelam por que o “cheirinho de bebê” é tão marcante.

Quem nunca sentiu um perfume e, de repente, foi transportado para um momento da infância ou para a lembrança de alguém querido? A ciência explica: o olfato é o sentido mais conectado ao sistema límbico, responsável pelas emoções e memórias. Por isso, cheiros têm a capacidade única de resgatar sentimentos, provocar conforto e até aliviar tensões.
De acordo com a Universidade Rockefeller, a memória olfativa é incrivelmente poderosa: somos capazes de lembrar de mais de 10 mil aromas diferentes, enquanto a memória visual reconhece apenas cerca de 200 cores. Essa ligação se deve à conexão direta entre o sistema olfativo e o sistema límbico, a parte do cérebro responsável por emoções e lembranças. É justamente isso que torna os cheiros capazes de despertar recordações e sensações de forma imediata e profunda. O fenômeno é tão relevante que já é usado pela indústria, na criação de experiências de marca, e até pela medicina, em terapias para pacientes com Alzheimer.
No dia a dia das famílias, esse poder vai além de um detalhe sensorial. O ritual do banho, o cheiro de uma roupa recém lavada ou até o perfume usado em momentos marcantes se tornam registros emocionais que permanecem ao longo dos anos.
“Uma fragrância pode nos devolver instantes de afeto que acreditávamos já ter passado. Quando sentimos novamente aquele cheiro, as lembranças voltam com força e se transformam em acolhimento”, explica Celso Dantas, CEO da Cheirinho de Bebê, marca conhecida por traduzir justamente esse vínculo entre aroma e memória.
Emoções despertadas por um “cheirinho”
A empresa realizou recentemente campanhas no Rio de Janeiro, Belém e em Fortaleza, convidando mulheres a sentirem novamente a fragrância clássica da marca. Muitas delas se emocionaram ao associar o cheiro aos primeiros anos de vida dos filhos, lembrando de momentos de carinho e proteção. “O mais bonito é perceber que não se trata apenas de um produto, mas de uma sensação que conecta mães e filhos em qualquer fase da vida”, afirma Celso Dantas.
Além da linha tradicional de colônias, cremes, óleos, talcos e sabonetes, a marca desenvolveu também um aromatizador de ambientes. “Uma vez, uma consumidora relatou que, sempre que está estressada, borrifa o produto em casa, segundo ela, quando sentia o cheiro, lembrava dos filhos pequenos e aquilo a trazia de volta pro eixo”. Casos assim exemplificam como um simples estímulo olfativo pode atuar como ferramenta de bem-estar emocional.
O vínculo entre cheiro e afeto
Especialistas em comportamento destacam que, diferentemente da visão e da audição, os estímulos olfativos não passam por filtros racionais antes de chegarem ao cérebro emocional. Por isso, são capazes de provocar respostas instantâneas. “É como se o cheiro fosse um atalho para a memória e para o coração”, diz Celso Dantas.
No Brasil, onde fragrâncias fazem parte da rotina de milhões de pessoas, esse vínculo ganha ainda mais relevância. Dos bebês aos avós, o hábito de usar perfumes após o banho reforça uma identidade cultural que mistura cuidado, higiene e carinho.
Mais que aroma: um elo afetivo
Em um mundo acelerado, cheio de tecnologia, em que a rotina corrida, muitas vezes, roubam a leveza do cotidiano, fragrâncias ligadas à infância se transformam em um convite ao resgate de momentos simples, mas cheios de significado.
“Nosso maior valor é emocional. O cheirinho de bebê não é apenas um aroma, é memória, é carinho, é cuidado. É aquilo que faz as pessoas sorrirem, chorarem de emoção ou se sentirem abraçadas por lembranças boas”, conclui Celso Dantas.
Por,
Gisele Barros
Editora Chefe do Portal ALL SENSEZ
Especialista no Mercado de Fragrâncias
Consultora de Comunicação Especializada em Perfumaria












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