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GLICAÇÃO: PREOCUPAÇÃO COM A BELEZA É VÁLIDA, MAS ISSO PODE ACARRETAR PROBLEMAS MAIS SÉRIOS

Não é incomum que as pessoas relacionem os AGEs (produtos finais de glicação avançada) ao envelhecimento - principalmente da pele. Mas a verdade é que os danos oxidativos e inflamação promovidos pela glicação estão associados a doenças crônicas, no coração, rins e cérebro.



AGEs. É possível que você já tenha ouvido algum dermatologista falar a formação de rugas e flacidez em consequência da glicação e os AGEs se encontram no meio dessa discussão, pois são os agentes danosos promotores da glicação. No entanto, apesar da preocupação estética ser válida e esse tipo de diagnóstico servir como um sinal de alerta, a glicação pode acarretar problemas mais sérios no corpo. “Os produtos finais de glicação avançada (AGEs, do inglês Advanced Glycation End-products) são compostos que se formam quando açúcares se ligam a proteínas, lipídios ou ácidos nucleicos sem a ação de enzimas, em um processo chamado glicação. Esse processo ocorre tanto dentro do corpo quanto em alimentos durante o preparo. Os AGEs acumulam-se no organismo ao longo do tempo e estão associados a diversas doenças crônicas, como diabetes, doenças cardiovasculares, doenças renais e Alzheimer”, explica a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia. 


Na pele, a glicação pode promover aspecto amarelado, uma pele mais fina, ressecada, mais enrijecida, com mais formação de manchas e aparecimento de rugas, segundo a farmacêutica Maria Aparecida Mariosa, executiva do Núcleo de Nutrição da Biotec. A especialista explica que, à medida que os AGEs se acumulam nos ossos, nas articulações e nos músculos, eles podem contribuir para osteoporose e a artrite e o enfraquecimento e diminuição da massa muscular com a idade. “AGEs participam no declínio da memória relacionado à idade, no comprometimento do processo de cicatrização, no envelhecimento da pele, na catarata e até mesmo na disfunção erétil. Em um intervalo de cinco a seis décadas, os níveis de AGEs em nossos tecidos praticamente dobram, razão pela qual isso é visto não apenas como um marcador de envelhecimento, mas como um condutor ativo do processo de envelhecimento”, explica a farmacêutica.


A médica nutróloga explica que os alimentos ricos em proteínas e gorduras, como carnes vermelhas, laticínios integrais, frituras e produtos industrializados, tendem a conter níveis mais elevados de AGEs, especialmente quando preparados em altas temperaturas. “Alimentos processados, fast food e refeições prontas para consumo também são grandes fontes de AGEs devido ao processamento térmico intenso”, diz a Dra. Marcella. A maneira de cozinhar interfere na produção desses produtos de glicação. Faz mal quando o cozimento é feito acima de 180 graus em ambientes secos, pobres em umidade, independentemente de serem fritos, assados ou grelhados. “Em contraste, métodos como o cozimento a vapor, fervura e preparo no micro-ondas, que utilizam temperaturas mais baixas e maior quantidade de água, produzem menos AGEs”, acrescenta a Dra. Marcella Garcez.


Além disso, é necessário também ajustar a quantidade de açúcares ingeridos. “O açúcar é um alimento extremamente consumido em nossa sociedade. De acordo com OMS (Organização Mundial da Saúde), o brasileiro consome em média 50% a mais de açúcar do que o recomendado. No Brasil, o Guia Alimentar para a População Brasileira sugere que o consumo de açúcar de adição seja reduzido, principalmente por meio da menor ingestão de alimentos industrializados e bebidas como refrigerantes, sucos artificiais, sobremesas. A glicação é uma reação não enzimática que ocorre de forma contínua onde esse excesso de metabólicos do açúcar circulante e extremamente reativo se liga a moléculas especialmente a proteínas. Ocorre a todo momento, principalmente em quadros hiperglicêmicos como diabetes”, alerta a farmacêutica Maria Aparecida Mariosa. “Muitas vezes os açúcares estão mascarados nos alimentos, principalmente ultraprocessados (industrializados). Nomes do açúcar em produtos industrializados: melado de cana, melaço, mel, açúcar invertido, glicose, lactose, glucose de milho, xarope de milho, frutose, maltose, sacarose e xarope de malte”, completa.


Como os sinais na pele servem de alerta para problemas que podem ser mais sérios, é necessário também buscar ajuda médica para e adequar a alimentação. “Ainda não há um consenso científico sobre um limite seguro para o consumo diário de AGEs, mas pesquisas sugerem que reduzir a ingestão de alimentos ricos em AGEs pode trazer benefícios para a saúde, especialmente em populações com maior risco de doenças metabólicas e inflamatórias. Estudos continuam sendo realizados para entender o impacto específico da ingestão de AGEs na saúde a longo prazo e estabelecer orientações mais claras”, diz a Dra. Marcella.


A médica nutróloga explica que é possível através de mudanças na alimentação e no preparo dos alimentos reduzir a formação de AGEs pela alimentação. “Primeiro, é necessário priorizar métodos como cozinhar no vapor, ferver e assar em temperaturas mais baixas. Marinar carnes e proteínas em vinagre ou suco de limão também pode diminuir a formação de AGEs durante o cozimento. Outra dica importante é limitar o consumo de fast food e produtos ultraprocessados, que são ricos em AGEs. Também é fundamental aumentar o consumo de alimentos de origem vegetal, que tendem a conter menos AGEs e oferecem antioxidantes que combatem os efeitos oxidativos desses compostos”, explica a Dra. Marcella. Adicionar especiarias, frutas e vegetais que possuem antioxidantes também é recomendado.


Para tratar e prevenir a glicação, a farmacêutica indica suplementos, como Glycoxil, um peptídeo biomimético da carcinina. “Ele atua nas etapas de formação dos AGEs, impedindo a ligação do açúcar com a proteína, portanto com ação antiglicante, e desglicante quando essa reação está iniciando. Quando há uma inflamação em decorrência da glicação, é necessário intervir com a mudança dietética e a inclusão de suplementação adicional de Vitamina C e fosfolipídeos de caviar (FC Oral), para promover ação antioxidante e modulação da inflamação”, completa Maria Aparecida. “Além disso, o consumo de alimentos frescos e pouco processados contribui para uma menor ingestão de AGEs. Essas práticas podem, em conjunto, ajudar a controlar a quantidade de AGEs ingeridos”, finaliza a Dra. Marcella.


FONTES:


*DRA. MARCELLA GARCEZ: Médica nutróloga, Mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da PUCPR, Diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e Docente do Curso Nacional de Nutrologia da ABRAN. A médica é Membro da Câmara Técnica de Nutrologia do CRMPR, Coordenadora da Liga Acadêmica de Nutrologia do Paraná e Pesquisadora em Suplementos Alimentares no Serviço de Nutrologia do Hospital do Servidor Público de São Paulo. Além disso, é membro da Sociedade Brasileira de Medicina Estética e da Sociedade Brasileira para o Estudo do Envelhecimento. Instagram: @dra.marcellagarcez


*MARIA APARECIDA MARIOSA: Farmacêutica Bioquímica e Industrial, executiva do Núcleo de Nutrição da Biotec. Especialista em Manipulação Magistral




Por,

Gisele Barros

Editora Chefe do Portal ALL SENSEZ

Especialista no Mercado de Fragrâncias

Consultora de Comunicação Especializada em Perfumaria




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