BRONZEAMENTO ARTIFICIAL: EXISTE ALGUMA OPÇÃO SEGURA PARA AS LÂMPADAS PROIBIDAS PELA ANVISA?
- Gisele Barros
- 19 de mai.
- 3 min de leitura
Autobronzeadores e bronzeamento a jato são as únicas alternativas seguras para o bronzeado. Câmaras de bronzeamento artificial, óleos bronzeadores e exposição solar excessiva podem aumentar o risco de câncer de pele, além de acelerar o envelhecimento e favorecer a ocorrência de queimaduras.

Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou uma nova resolução que proíbe o armazenamento, distribuição, fabricação, importação, propagando e uso de lâmpadas fluorescentes de alta potência de forma a prevenir a fabricação e manutenção das câmaras de bronzeamento artificial, que são proibidas no Brasil desde 2009, mas continuam a ser utilizadas de maneira irregular. “Essas lâmpadas emitem radiação ultravioleta A, que penetra profundamente na pele, aumentando o risco do surgimento de câncer de pele. Estudos de revisão e meta-análise mostraram um aumento de 75% no risco de melanoma antes dos 35 anos de idade. Este é o tipo de câncer de pele mais agressivo e pode levar a morte. Estes estudos também mostraram um aumento de 58% no desenvolvimento de câncer de células escamosas e de 24% no aparecimento do carcinoma basocelular”, alerta a dermatologista Dra. Viviane Scarpa da Costa Neves Nogueira, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional São Paulo (SBD-RESP).
Então, para quem quer adquirir aquele bronzeado, existe alguma opção segura? Segundo a dermatologista, os autobronzeadores ou o bronzeamento a jato são as únicas boas opções. “Essas técnicas promovem um bronzeamento temporário sem aumentar o risco de desenvolvimento de câncer de pele”, destaca o Dra. Viviane Scarpa. Nesses casos, o bronzeamento ocorre devido a uma substância atóxica e não cancerígena chamada di-hidroxiacetona, que interage com aminoácidos presentes nos corneócitos (células da camada mais superficial da pele). “Através dessa interação há a produção de um pigmento amarronzado-amarelado, a melanoidina, que é a responsável pela cor na pele que simula o bronzeado”, diz a dermatologista Dra. Sylvia Ypiranga, membro da diretoria da SBD-RESP.
No entanto, qualquer outra opção não é recomendada, como os óleos bronzeadores. “O óleo bronzeador é um produto cosmético que aumenta a produção de melanina na pele com a exposição solar, tanto multiplicando os efeitos dos raios nocivos à pele para aumentar a resposta dos melanócitos quanto gerando uma ‘irritação’ extra dos melanócitos para que produzam mais melanina ao estímulo solar”, explica a Dr. Sylvia, que alerta que o uso do produto está associado a riscos como queimaduras solares, envelhecimento acelerado e aumento das chances de câncer de pele. “É importante ressaltar que o óleo bronzeador não deve ser usado nem mesmo em combinação com o protetor solar. Na verdade, essa combinação pode ser ainda mais perigosa, pois, com a ilusão de que estão protegidas, as pessoas permanecem mais tempo expostas ao sol.”
Na realidade, nem mesmo o uso isolado do protetor solar é aval para se bronzear. “O fotoprotetor pode conferir uma falsa sensação de segurança, principalmente quando não é reaplicado. E na maior parte das vezes, os pacientes não aplicam protetor solar suficiente ou não reaplicam o protetor solar, permanecendo ao sol por horas após a aplicação do protetor solar pela manhã”, diz o Dra. Sylvia Ypiranga. Claro, não há problema nenhum em aproveitar o ar livre, mas sem excessos. “Sempre que se expor ao sol, é fundamental adotar cuidados de fotoproteção, como aplicar e reaplicar, a cada duas horas, o protetor solar, que deve ter no mínimo FPS 30. A utilização de acessórios como bonés, chapéus, óculos e roupas com proteção UV também é recomendada. Mas o mais importante é evitar a exposição direta demasiada, principalmente entre as 10h e às 16h, quando a incidência de radiação é maior”, finaliza a médica.
FONTE:
SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA – REGIONAL SÃO PAULO (SBD-RESP) - Fundada em 1970, a SBD-RESP é uma entidade médica criada para fomentar a pesquisa, o ensino e o aprimoramento científico da Dermatologia como especialidade médica. A SBD-RESP reúne todos os dermatologistas filiados e os serviços credenciados do Estado de São Paulo, que são constituídos por hospitais com cursos de especialização em Dermatologia (residência médica e/ou estágio) certificados pela SBD Nacional. Atualmente, a SBD-RESP reúne cerca de 4.000 associados e organiza uma série de eventos de ensino e de reciclagem. Entre eles: RESP em foco, Jornadas, COPID (Congresso Paulista de Interligas de Dermatologia), e a RADESP (Reunião Anual dos Dermatologistas do Estado de São Paulo). Instagram: @sbd_resp
Por,
Gisele Barros
Editora Chefe do Portal ALL SENSEZ
Especialista no Mercado de Fragrâncias
Consultora de Comunicação Especializada em Perfumaria

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