E quando a sua viagem de férias se torna um mar de experiências sensoriais?
Ops, mar não… quase nevasca! Rs.
E foi assim a minha primeira experiência pela Argentina, que entre uma parada aqui e outra ali das conexões de horas, me fez de uma ida a Bariloche, dar uma passada por Mendoza e conhecer lugares bem especiais.
Na imersão pelos sentidos, conseguimos guardar o melhor das experiências em nossas memórias e em nossos corações. E, isso é o que permanecerá sempre conosco de forma vívida, sempre que quisermos trazer à tona alguma lembrança ou até mesmo, no caso de termos contato com algo que possa nos remeter novamente àquele momento, como um cheiro, uma imagem, uma música, nos levando a reviver aquela história.
Mas, já que estamos falando de sentidos, nada melhor do que vivenciar a fundo cada momento através deles, não é mesmo?
A grande jogada é conseguir se desconectar das questões mundanas do dia a dia, dos problemas e se jogar totalmente, de forma imersiva nas vivências.
E assim começa a minha jornada por Bariloche, onde ao chegar na cidade, a primeira coisa que me chamou a atenção foi em um determinado momento prestar atenção à canção de fundo que tocava em um dos estabelecimentos e me peguei observando alguns adolescentes entoando a música em uma altura que se tornou perceptível na minha audição.
No mesmo momento, senti a vibração no meu corpo, minha mente repetindo a letra e então, como em um passe de mágica, me peguei cantando bem baixinho… Apesar de não estar até aquele minuto na minha Playlist do Spotify, ela ganhou o meu ranking das paradas por dias a fio… o que acabou por tornar a LOVE TONIGHT da banda SHOUSE, remixada pelo David Guetta, um hino para mim, sempre me fazendo viajar através do tempo para reviver aquele período.
E eis que me aventurei pelas geleiras e fui buscar o contato com a neve no Piedras Blancas e no Cerro Catedral, que trouxeram à tona a Gi criança, super deslumbrada com tudo o que via!
Parecia estar temporariamente no mundo da fantasia, em um cenário do filme FROZEN! Tudo bem que eu não tinha nada a ver com a personagem da Elsa, mas poder contemplar aquela montanha branca, aquele cenário que, à princípio não é nada amistoso, mas que se torna extremamente encantador e deslumbrante ao nos permitirmos navegar por ele, vivendo cada minuto e sem pressa, é realmente uma experiência para a vida, ainda mais morando no Brasil, onde nem de perto me depararia com tal paisagem.
Apesar do frio mega intenso, não me contentei em tocar a neve com as luvas térmicas, precisei pegá-las diretamente com as mãos… Quase congelei meus dedinhos, mas era uma necessidade que brotava em mim e a qual não conseguia dominar! Eu precisava sentir a textura, a temperatura, quase que uma comprovação para mim mesma de que aquele instante era real. Quis cheirar, rsss. Até simulei experimentar, mas sorvete de neve, não deveria ser uma preferência, já que na cidade somos regados por uma infinidade de sabores dos "Helados", ou sorvetes, para nós brasileiros! Mas, posso dizer que ela casaria muito bem com um drink, quem sabe não poderia denominá-lo de Snow Drink? Huuuummmm…
Fora a sensação de pisar na neve, que em um primeiro momento dá até a impressão de que estamos pisando em nuvens, até cairmos na real que não, com a primeiro escorregão, rs.
Ah, deitar na neve, uma fantasia que precisava tornar realidade! Apesar da temperatura fria, com as roupas apropriadas é super fácil de conseguir viver essa experiência. E, nada melhor e divertido do que mergulhar no universo infantil, fazendo anjinho de neve com o filho! Algo totalmente diferente do normal da vida cotidiana, mas que traz uma deliciosa recarga energética.
E claro que nem só de frio e neve vive aquela cidade! Nessa, fui em busca de algo que pudesse trazer conforto, dar aquela acolhida e me fazer fugir um pouco das ruas geladas. Fui navegar pela "Fantástica Fábrica de Chocolate"! Olha eu remetendo novamente a mais um filme, mas sinceramente quase me senti o Willy Wonka com tantas opções de chocolaterias pela cidade! Deus do Céu! Era um cheiro tentador…
Mas, assim, selecionei 3 que me chamaram a atenção e despertaram a curiosidade por tudo o que poderiam oferecer ao adentrar pela porta. Visitei a Rapanui, a Del Turista e a Mamuschka. Coisas diferentes me chamaram a atenção em cada uma.
A Rapanui é a GIGANTE da cidade, com uma infinita variedade de guloseimas achocolatadas, licores, sorvetes, os DELICIOSOS alfajores, com direito também a lanches salgados e uma pista de patinação no gelo! O que? Fala de novo! SIM! É isso mesmo! Pista de patinação no gelo! Uma diversão a mais para quem quer aproveitar todos os quesitos sensoriais que o lugar consegue oferecer… Chocolates extra saborosos, com textura cremosa e com um cheirooooo! Chegava a dar água na boca.
Na Del Turista, passei por uma experiência imersiva com os chocolates, acompanhando o passo a passo do Maestro Chocolatero, Carlos Zapata, na montagem de um apetitoso chocolate com menta! Por um momento, me senti completamente hipnotizada e congelada! Parecia que o tempo havia parado por alguns minutos. Sim, me senti como uma criança grande pronta para receber um doce.
E não é que ao fim da experiência, fui surpreendida com um delicioso pedaço daquele chocolate mega fresquinho? Que cheiro inebriante era aquele no ar? Que sabor! Que textura! Fora que o tom verde do recheio de menta dava um certo destaque àquela iguaria. Que gostosura!
Já na Mamuschka, para quem curte as bonequinhas russas, parece que estamos entrando em um universo paralelo e encantado delas. Praticamente "tudo" na loja era baseado no tema, desde a decoração que se destacava bastante com as cores intensas, além de várias estampas das mesmas bonecas, caixas, chocolates e vários outros itens presenteáveis. A loja é bem menor do que as demais, porém é uma fofura absoluta. Se pudesse, tornaria ela em si um item colecionável para que eu pudesse levar para casa.
Uma curiosidade olfativamente intrigante nessa viagem para mim foi sentir ao andar pelas ruas da cidade, e em especial a rua principal, Mitre, o cheiro de incensos pelo ar, exalando suas notas pelas portas das lojas… Fato esse que vai marcar a minha experiência por Bariloche, que entre uma empanada e outra, ao som de Red Hot Chili Peppers, sempre me deparava com cheiros inusitados.
Tanto que não consegui resistir e precisei parar para vivenciar esse universo que me fez colocar um pezinho lá pelas terras indianas. Não resisti e comprei alguns que se destacaram para mim, tanto quanto ao cheiro, quanto à indicação. Ótimos para momentos meditativos e também para limpeza energética.
Ah, e no meu último dia pela cidade, eis que fui abençoada com um belíssimo e estonteante céu azul e um sol de iluminar a alma, que me preencheu de boas vibrações.
Me permiti então, contemplar as belíssimas paisagens à beira do Rio, sentir o vento geladinho tocando a minha pele, deixando em mim sua marca registrada. Como uma câmera fotográfica, fui capturando com minhas lentes oculares cada ponto, cada ângulo…
Eis que no trajeto de volta ao Brasil, a escala de um dia e meio por Mendoza me propiciou visitas espetaculares a uma vinícola chamada Bodega La Rural, o Museu do Vinho e a PASRAI, uma olivícola, com direito a degustações de vinhos e azeites de produção própria. As visitas foram realizadas na cidade de Maipú, que fica a uns 20 minutos do centro de Mendoza. O dia estava extremamente gostoso, tempo claro e temperatura bem agradável, perfeito para curtir as últimas aventuras da viagem.
Na La Rural, além de ver as parreiras e conhecer cada etapa do processo de fabricação do vinho, desde a separação das cascas e sementes do suco, às máquinas de prensagem, o local da fermentação e maceração dos vinhos, conhecendo e me conectando com a história da vinícola, fui então me preparando para vivenciar as próximas etapas da experiência, me permitindo sintonizar um pouco mais com o que estava ao meu redor, galgando os passos das etapas de visitação do museu, que entre tonéis feitos de argila utilizados nos primórdios para fazer a fermentação e a conservação do vinho, e os atuais barris de carvalho, fui sendo encaminhada até me deparar com um espaço preparado para receber os visitantes para a degustação dos vinhos Malbec e Cabernet Sauvignon.
Ambos apresentaram bom controle de acidez e corpo, tendo o Malbec mostrado suas notas olfativas deliciosamente amadeiradas e o Cabernet seu lado mais frutado. Um verdadeiro contraste gustativo entre um toque mais seco e a suavidade.
De lá, fui direto para a olivícola PASRAI, onde uma degustação de azeites me aguardava. Entre um pãozinho aqui e uma pastinha acolá, fui me deleitando com seus sabores e aromas com notas que se destacavam de laranja, manjericão, orégano, além do azeite tradicional e do sem filtragem. Huuuummmm…
E olha que encantador para quem está sempre buscando essa conexão sensorial em tudo que está vivenciando! Ao sair da degustação, me deparei com uma oliveira carregada de azeitonas e coladinho à ela, lavandas… Nossa! Tão lindo de ver, de tocar, de sentir o cheiro… Não resisti e precisei tirar uma foto para registrar esse lindo encontro!
Claro que ao fim da viagem, voltei para o Brasil munida de um belo arsenal de chocolates, vinhos, azeites e pastinhas para degustar com calma em casa, aproveitando para relembrar vários momentos vividos, ao som das músicas que marcaram a minha passagem pela Argentina e que guardarei para sempre em minha memória e em meu coração.
Por,
Gi Barros.
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